Ranael Vs Anthares
Em Anthares, a paz nunca foi uma promessa, apenas uma pausa para que as espadas fossem afiadas.
Durante séculos, o continente permaneceu dividido por algo mais profundo do que fronteiras geográficas. Ao Norte, onde o sol castiga a pedra e a areia, a vida foi forjada na dureza do aço e na disciplina inabalável da fé. Lá, homens e mulheres aprenderam que a ordem é a única defesa contra o caos, e que a força é a linguagem suprema da sobrevivência.
Ao Sul, protegido por florestas densas e montanhas intransponíveis, floresceu um poder diferente. Nas torres de cristal e nas cidades que desafiam a lógica, o Arcanismo dobrou a realidade à vontade de seus mestres. Para eles, o Norte não passava de um deserto bárbaro, uma terra esquecida onde a magia não ousava habitar.
Mas o equilíbrio do mundo é frágil, e a ambição é uma força da natureza.
Em Nakaran, um trono manchado de sangue sustenta um novo rei. Um homem que não olha para o horizonte com medo, mas com fome. Em sua cintura, repousa um artefato de eras passadas, uma lâmina que não apenas corta a carne, mas devora a essência; uma arma que aguardou, paciente e faminta, por um portador digno de sua maldição.
Enquanto os ventos do deserto começam a mudar, sussurrando promessas de glória e destruição, uma aliança improvável é forjada entre o martelo divino e a espada conquistadora. O deserto está prestes a marchar.
A era dos reinos isolados chegou ao fim. O que se aproxima não é apenas uma guerra por território, mas um choque entre a fé, o aço e a própria magia. E quando a poeira baixar, Anthares será uma só... ou não restará nada além de cinzas.
A marcha começou.